sábado, 3 de abril de 2010

You are my sweetest downfall



Samson

You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the sheets of paper lies my truth
I have to go, I have to go
Your hair was long when we first met

Samson went back to bed
Not much hair left on his head
He ate a slice of wonder bread and went right back to bed
And history books forgot about us and the bible didn't mention us
And the bible didn't mention us, not even once

You are my sweetest downfall
I loved you first, I loved you first
Beneath the stars came fallin' on our heads
But they're just old light, they're just old light
Your hair was long when we first met

Samson came to my bed
Told me that my hair was red
Told me I was beautiful and came into my bed
Oh I cut his hair myself one night
A pair of dull scissors in the yellow light
And he told me that I'd done alright
And kissed me 'til the mornin' light, the mornin' light
And he kissed me 'til the mornin' light

Samson went back to bed
Not much hair left on his head
Ate a slice of wonderbread and went right back to bed
Oh, we couldn't bring the columns down
Yeah we couldn't destroy a single one
And history books forgot about us
And the bible didn't mention us, not even once

You are my sweetest downfall
I loved you first

quarta-feira, 31 de março de 2010

Somos todos Zumbis

Ontem eu não conseguia dormir. Não consigo dormir a algumas semanas já. O cansaço acumulado vem me transformando em uma espécie de Zumbi mal-humorado. Ontem, enquanto eu rolava na cama de um lado para o outro, comecei a pensar sobre isso. Mas então me ocorreu: não é a privação do sono ou o cansaço ou qualquer outra coisa que me faz assim. Somos todos zumbis.

Comecei a pensar sobre as minhas frustrações, sobre as minhas tristezas e sobre as minhas decepções. “Preciso aprender a lidar com as decepções”. Eu não sei como. Um amigo me falou “pode não parecer, mas a vida também tem momentos bons”. É verdade. Momentos bons. Esse “negócio” que todos buscamos, a felicidade, não passa disso. Algumas pessoas têm um número maior de momentos bons do que outras. Ou momentos melhores. A questão é que eu acho que o ser humano, em sua essência, é triste. As pessoas vivem suas vidas tristes e incompletas, até que encontram alguns desses momentos e então pensam “puxa, eu sou feliz”. Não é.

A humanidade me decepciona cada vez mais. E como eu falei, não lido nada bem com decepções. Lá pelas 3 da manhã, eu consegui resumir o que eu penso sobre a felicidade da seguinte maneira: Imagine uma daquelas paredes de escalada. A gente vai subindo, só por subir. Não tem um motivo específico. É assim. Vivemos subindo uma parede de escalada, sem nenhum tipo de proteção. Nos agarramos a pequenas coisas como se fossem aquelas pedrinhas, e é aquilo que nos dá a força e o apoio pra continuar subindo. Algumas estão mais longe, outras mais perto. Algumas maiores, outras menores. Mas precisamos delas, e precisamos de algumas delas para não perder o equilíbrio. Chega uma hora, que atingimos o topo. E nossa única recompensa é olhar para baixo e ver que conseguimos.

Não sei se isso faz sentido para mais alguém. Para mim faz todo o sentido do mundo. E ontem, às 3 da manhã, fazia mais sentido ainda. Eu poderia descrever por horas como essa é a melhor metáfora para a vida. Eu adoro metáforas. Só sei que minhas pedrinhas andam meio escassas. E quebradiças. Não consigo olhar em volta e enxergar as melhores pedrinhas para me agarrar. Mas eu tenho que continuar subindo, porque na verdade, essa é a única regra. Não podemos parar de subir. Um exército de zumbis subindo uma parede de escalada.

quarta-feira, 3 de março de 2010

just to remind me

Passeando por emails antigos, encontrei isso. E não sei pq, tive vontade de compartilhar. Com ninguém, eu sei, mas é bom pra deixar em um lugar que eu não vá perder nunca mais.

"E agora eu estava dando uma olhada em alguns posts que ela tem guardado aqui no computador e acabei de ler um que me fez perder toda a vontade de escrever aqui. Primeiro porque é exatamente aquilo que eu queria dizer, mas não sei como e depois porque tá escrito tão bem, tão bonito que eu me sinto ridículo e estúpido querendo dizer as mesmas coisas com o meu vocabulário limitado e com as minhas frasesinhas tão burrinhas. Se eu soubesse que posso, eu pegaria aquele post e publicaria aqui. Mas eu acho que ela eventualmente vai fazer isso lá no blog dela. Espero que faça. É um texto muito bom pra ficar guardado na memória de um computador. E como nada que eu escreva vai ser tão bom quanto aquilo, vou apelar pra'quela velha turminha que diz o que a gente quer dizer de uma maneira mais concisa e poética do que eu jamais seria capaz de dizer."

Isso faz pouco ou nenhum sentido. Mas talvez tenha sido o melhor elogio que recebi na vida.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sem assunto

-Oi.
-Oi.
-Se você tiver um tempinho, pode conversar comigo?
-Posso.
-Que bom.
-Conversar sobre o que?
-Ah, sei lá, sobre qualquer coisa.
-Certo. Eu... o meu gato deu crias.
-Que legal.
-Mais ou menos, vai dar um trabalhão. Tenho que limpar a sugeira que eles fazem, ouvir os miados e depois ainda arrumar 6 pessoas para ficar com os filhotes.
-Verdade, é meio chato mesmo.
-Mas tudo bem.
-A vida não anda muito boa ultimamente.
-Ela costumava ser melhor?
-Não sei, na verdade não, acho.
-Mas agora ela está pior.
-Não diria isso. Mas é que não anda muito boa.
-Sei... A minha também não. A vida é difícil.
-É.
-É o que dizem.
-Acho esse pensamento pouco complexo.
-Eu também acho.
-Obrigada. Tchau.
-De nada.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

The long and winding road

Eu tenho uma qualidade. Um costume, na verdade. Eu sei que as coisas vão acontecer, antes que elas aconteçam. Olhando para trás na minha vida, eu posso dizer muitos "Eu já sabia". Eu não falo dessa coisa de previsões, sexto sentido, não quero dizer nada disso. Falo de um saber racional, é como se minha cabeça funcionasse rapidamente, como se ela analisasse todos os aspectos de cada situação que possa vir a acontecer, e então ela me diz "bem, acho que ficaremos assim, mais para frente".
Eu me orgulho disso. Tenho muito orgulho, e com o risco de parecer pretensiosa, eu me sinto um pouco superior aos outros seres humanos por ter esse "dom". Posso dizer que vivo uma vida sem surpresas. Não consigo olhar o meu futuro e ver uma nuvem de possibilidades, caminhos a tomar, decisões confusas, roads to follow. Eu eu sei exatamente para onde ir, e não sou descolada o sufiente para desobecer. Sou jovem, e acho que vivo como uma velha, com sabedoria demais e experiência de menos.
Mas acho que eu queria aprender na marra, queria cometer erros e me arrepender e acertar na mosca e me sentir completa e sentir orgulho e satisfação. E queria a emoção de não saber o que me espera pela frente, e também a ingenuidade de fazer as coisas por fazer. Mas mais do que tudo isso, mais do que tudo que eu já quis na minha vida, queria muito, mas muito, me surpreender. Queria que ao menos uma vez, eu pudesse falar "oh, look at that, I didn't see that one coming". Mas eu sei, suspiro, que isso não vai acontecer.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Fera

Tenho medo da Fera. Enquanto corro por essa floresta escura e pesada, me pergunto onde estará a Fera. Se ainda presa em sua jaula, ou talvez solta por aí escondida atrás de uma árvore esperando para me dar o bote. Vejam, eu nunca tiro a Fera da jaula. Não por minha própria vontade, mas tenho plena consciência de que ela pode vir a se soltar a qualquer momento.

Desespero-me um pouco por causa da dúvida. Na verdade o maior desespero vem do fato de que eu sei, com toda e absoluta certeza que a Fera existe. Ela não é um fruto da minha imaginação. Não, ela está lá, e o pior de tudo, não sei aonde. Mas não posso parar, devo continuar me movendo, a esmo, como devo continuar respirando. Movo-me a esmo pois não sei bem para onde ir.

No meio de todo esse movimento, encontro algumas pessoas. Elas se movem também, vejo muito claramente. Algumas a esmo, como eu, mas outras sabem exatamente para onde ir. Como se fossem providas de uma bússola interna que lhes diz para onde ir. Cansada, peço por direções, mas as pessoas estão tão ocupadas se movimentando que é difícil encontrar alguém para me ajudar. “Desculpe, não posso te oferecer direções, eu estou indo para lá, você pode vir comigo, se quiser”, uma mulher bonita me diz em certa ocasião. Ou “olhe, cada um que sabe para onde vai, e eu vou para lá, adeus”.

Num momento de desespero, comecei a correr. E quando virei a direita depois de uma árvore de tronco torto, dei de cara com ela. A Fera. Ela dormia. Não conseguia mais me mover, pois a visão da Fera era assustadora. A respiração tão pesada, os pelos embaraçados, os olhos enormes (fechados, mas eu conseguia ver que eram enormes). Volto aos sentidos e já dou meia volta para correr dali. Correr correr, correr sem olhar para trás, não importa para onde, só me importa estar longe da Fera. Quando me preparo para dar o primeiro passo, noto que alguém está parado no meio do meu caminho.

“Qual o problema”, ele me pergunta. Com os dedos trêmulos e a voz fraca, aponto para onde a Fera dorme. “Não quero acordá-la”. “Ora, mas qual é o problema em acordá-la?”. “É a Fera. Um monstro terrível, que causa destruição por onde passa. Tenho medo dela.” O homem ri. Um pouco, depois muito. Fico meio sem entender, e com mais medo, pois sua risada pode acordar a Fera. “Menina, isso não é uma Fera. É só um animalzinho indefeso. Todos nós lidamos com ele o tempo todo, qual é o seu problema? E porque você o mantém dentro de uma jaula?”, ele diz indo em direção da gaiola. Meu coração está tão acelerado que dói. “Por favor, não chegue perto. Não chegue perto da Fera, eu não sei lidar com ela. Ela me faz mal, eu não sei lidar com ela e quero que ela fique aí presa. Quando se solta, além do trabalho para prendê-la novamente, me sobram milhares de machucados que precisam ser cicatrizados por causa da luta”. O homem ri mais ainda. Vira-se para a minha direção. “Bem, você pode deixá-la presa por um tempo, mas ela só vai crescer. Nós aprendemos a lidar com ela, você vai ver. No começo é difícil, mas depois acostuma.” “Eu não quero aprender. Quero que ela fique aí.”

quinta-feira, 19 de março de 2009

Parênteses

Às vezes só o que eu quero é me preocupar com coisas simples. Viver num lugar aonde sua grande preocupação é se a colheita vai ser boa, ou ter um trabalho que seja puramente mecânico. Então eu penso que eu provavelmente morreria de tédio, mas talvez eu consiga me adaptar. Talvez todos os pensamentos que passam 2500 vezes na minha cabeça todos os dias sejam reduzidos e eu finalmente encontre a paz. Mas aí, outras vezes eu assisto um vídeo de um milhão de pessoas pulando como doidas no show de suas vidas sem sentir um pingo de emoção sequer e além de tudo ainda penso "mas como essas pessoas são idiotas pulando por causa dessa banda, existem coisas muito mais importantes pra se preocupar do que com isso".